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Por que criar novos hábitos nem sempre depende dos ‘Famosos 21 Dias’?

  • Foto do escritor: Isadora Fajardo
    Isadora Fajardo
  • 25 de mar.
  • 3 min de leitura

Você já ouviu que para formar um novo hábito basta repeti-lo por 21 dias seguidos? Parece simples, mas a realidade é bem diferente. Se fosse só isso, ninguém abandonaria a academia depois de alguns meses ou deixaria de lado aquele plano de vida saudável assim que atingisse o objetivo inicial.

A verdade é que criar e sustentar hábitos vai muito além do tempo. O que realmente importa é se essa nova prática está alinhada com o que chamamos de NECESSIDADES PSICOLÓGICAS BÁSICAS. Se um hábito preenche essas necessidades, a chance de mantê-lo a longo prazo aumenta exponencialmente. E quais são elas? AUTONOMIA, COMPETÊNCIA E PERTENCIMENTO.


A motivação precisa ser SUA: AUTONOMIA

Vamos ao exemplo prático: eu pratico triathlon. Se eu tivesse começado apenas porque alguém me disse que seria bom para a saúde ou para manter o peso, provavelmente não teria sustentado o hábito. O que fez a diferença foi que a escolha foi MINHA. Eu queria um esporte dinâmico, que me tirasse da rotina monótona, que me permitisse estar na natureza e, de quebra, me conectasse com um grupo de amigos.

Isso é autonomia: a liberdade de decidir por si mesmo, escolher algo que faça sentido na sua vida e encaixe na sua realidade. Sem essa identificação pessoal, qualquer novo hábito vira uma obrigação – e obrigações são abandonadas assim que a empolgação inicial desaparece.

 

Se sentir CAPAZ faz toda diferença: COMPETÊNCIA

Agora, não basta apenas querer. Eu precisava sentir que eu podia fazer aquilo. Eu já sabia nadar, pedalar e já corria. Claro, não era uma atleta no começo, mas ver que eu conseguia completar os treinos, melhorar meu desempenho e aprender coisas novas foi um combustível poderoso para continuar.

A competência é isso: a sensação de que somos capazes. O ser humano tem uma necessidade inata de desenvolver habilidades e progredir. Quando percebemos nossa evolução, ficamos mais motivados e engajados. É por isso que muitas pessoas desistem da academia: se o treino parece difícil demais ou os resultados demoram a aparecer, a sensação de incompetência toma conta e o hábito morre ali.

 

O poder do PERTENCIMENTO: E por que ele é a cereja do bolo

Agora vem o ponto mais forte, na minha opinião: PERTENCER. A conexão social tem um impacto gigantesco na manutenção de um hábito. Ter uma equipe de treino, um grupo de amigos que compartilham do mesmo propósito, ou até a própria natureza como aliada no esporte fez toda a diferença para mim.

O ser humano precisa de vínculos. Sentir-se parte de algo maior nos dá propósito e consistência. É por isso que esportes coletivos costumam ter maior aderência do que a musculação solitária, e por que grupos de corrida fazem tanto sucesso. O pertencimento nos ancora ao hábito e nos mantém firmes mesmo nos dias de preguiça.

 

E agora? Como manter seu novo hábito?

 

Se você já tentou de tudo e ainda assim não conseguiu manter um novo hábito, pare e reflita:

Você escolheu essa prática por si mesmo ou porque alguém te disse que era o certo? (Autonomia)

Você sente que é capaz de realizá-la, tem um progresso visível? (Competência)

Você se sente parte de algo maior ao praticá-la? (Pertencimento)

 

Criar hábitos saudáveis não é sobre força de vontade pura ou sobre “ter disciplina”. É sobre encontrar propósito naquilo que você faz.

 

Esse texto não é para te convencer a se exercitar – essa é a necessidade óbvia. É um convite para olhar para si, fazer escolhas alinhadas com seu desejo, se sentir capaz e construir laços.


Tente. Vale a pena!

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